sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014




ACONTECIMENTOS ENTRE 1850 E 1899
Carro Americano, Final séc. XIX, Fotógrafo não identificado, Arquivo Municipal de Lisboa, AFML–A12958 (Clique para ampliar)
No ano de 1851, com o triunfo da Regeneração, chegam ao fim 30 anos de guerra civil e a vida pública entra num período de estabilidade. Inicia-se uma política de obras públicas, nova e activa, dirigida por Fontes Pereira de Melo.
Em 1860 foi apresentada na Câmara Municipal de Lisboa, a proposta de construção de uma “estrada larga”, uma “alameda” ou um “boulevard”como símbolo de uma Lisboa moderna. Este projecto vem a ser concretizado, após a demolição do “Passeio Público” em 1878 e, com a abertura da Avenida da Liberdade empreendimento resultante do investimento, pessoal e financeiro, do então Presidente do Município Rosa Araújo(1878/1885). A abertura desta Avenida (1879/1886) representou uma mudança significativa no centro da cidade, pois permitiu a implantação de novas zonas residenciais (Bairro Barata Salgueiro e Bairro Camões – actual Conde Redondo) e melhorou a articulação do centro com as periferias.

Em 1888 são apresentados dois projectos, pelo Engenheiro Frederico Ressano Garcia, para a criação de novas zonas urbanísticas. O projecto aprovado e realizado corresponde ao traçado que vai da Av. das Picoas (Av. Fontes Pereira de Melo) ao Campo Grande. Destacando-se a importância daquela avenida como troço que estabelece, desde a Praça Marquês de Pombal, a ligação da Baixa aos novos bairros da zona alta da cidade. Aquele eixo leva à segunda rotunda, a Praça Duque de Saldanha, a partir da qual, e até ao Campo Pequeno, surgem as Avenidas Novas, centralizadas pela Av. Ressano Garcia (Av. da República), ladeada por duas avenidas, a António Maria de Avelar (5 de Outubro) e a Pinto Coelho (Defensores de Chaves). A par destes novos eixos de construção urbanística, há a assinalar o prolongamento da Av. 24 Julho atéAlcântara a par da construção de um segundo aterro sobre o Tejo.

Neste período, fortemente marcado por ideais românticos, foram projectadas e erigidas várias estátuas, a de Camões (1867), a deD. Pedro IV (1870), o Monumento aos Restauradores (1886). Neste ciclo, o projecto e construção do Arco da Rua Augusta (1873); a edificação dos Teatros, Príncipe Real (Apolo-1865), Trindade (1867), Novo Ginásio (1868) e Avenida (1888).

Assinalamos o investimento efectuado ao nível dos transportes públicos urbanos que redimensionaram a noção lisboeta das distâncias e dos espaços. São desta época a introdução dos denominados “americanos”, ou seja, o sistema que utilizava cavalos sobre carris, sendo a primeira linha, entre Santos e Santa Apolónia, inaugurada em 1873 e utilizados pelos indivíduos mais “abastados”. Em paralelo, existia um mesmo sistema similar – os “choras” – mas puxado por mulas. Em 1882 aparecem os designados “Ripperts” com modelos para os meses de Inverno e para os meses de Verão e os “Salazar”, carros da Companhia Salazar que trabalhavam fora do carril e faziam as carreiras para o Lumiar, Calçada de Carriche e Odivelas.
Em 1884 surgem os primeiros elevadores mecânicos, o do Lavra (1884), o da Glória (1885), o da Bica (1892) e o da Graça (1893).
Ao nível das ligações ferroviárias destacamos a ligação ferroviária de Lisboa ao Carregado, com terminal em Santa. Apolónia (1856/64); a construção da cintura ferroviária Alcântara/Xabregas, com a sua estação terminal no Rossio (1890); a ligação do caminho-de-ferro do Cais do Sodré a Cascais, inaugurada em 1889 permitindo, assim, a ligação rápida entre a capital e as zonas de veraneio.

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