quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

ACONTECIMENTOS ENTRE 1147 E 1249

ACONTECIMENTOS ENTRE 1147 E 1249
Tomada de Lisboa aos mouros, Pintura/Museu da Cidade, Mário Novaes, Arquivo Municipal de Lisboa, AFML, A5768
Tomada de Lisboa aos mouros, Pintura/Museu da Cidade, Mário Novaes, Arquivo Municipal de Lisboa, AFML, A5768
Época marcada pelos reinados de D. Afonso HenriquesD. Sancho ID. Afonso IID. Sancho II e D. Afonso III. Tendo sido um período caracterizado por inúmeras conquistas - das quais se destaca a conquista de Lisboa em 1147 – estas nem sempre se pautaram pelo mesmo objectivo. No início, assiste-se a uma tentativa de impedir que os mouros conquistassem mais território, por sua vez, no final do referido período, já existe a preocupação de delimitar fronteiras, o que se veio a verificar com o Tratado de Alcanizes em 1297, onde se definiram os limites que separavam Portugal de Castela. A diferença entre os reinados é notória, pois se o de D. Afonso Henriques se caracterizou pela conquista de inúmeras terras, D. Sancho I dedicou-se essencialmente à organização política, administrativa e económica do reino, bem como à literatura e às artes. Já D. Afonso II, preferiu consolidar a estrutura económica e social do país, sendo que, o primeiro conjunto de leis portuguesas, datado de 1211, é de sua autoria. Com D. Sancho II, o lado belicista do reino, volta a ser de extraordinária importância, o que originou inúmeras intrigas e disputas internas, que culminaram com a sua abdicação (após pressão da Santa Sé), em 1247, sendo sucedido pelo seu irmão D. Afonso III, que irá organizar a administração pública, fundar inúmeras vilas e conceder várias Cartas de Foral.
A religiosidade dos séculos XII e XIII, não pode ser esquecida, adquirindo mesmo uma enorme relevância através das lutas da reconquista. Existia um sentimento latente de honrar a Igreja e espalhar a mensagem cristã, que era traduzido em inúmeras cerimónias e actos de culto, como são o caso das peregrinações e romarias. Assiste-se assim, a viagens a Roma, à Terra Santa e a Compostela, sem esquecer, no entanto, o culto existente nas igrejas e sés paroquiais, bem como o espírito de cruzada que atinge o seu auge nesta época.
A arte do século XII foi marcada pelo estilo românico, com forte inspiração religiosa, sendo que a arquitectura visava consolidar o poder político e religioso, ao mesmo tempo que servia como abrigo da própria população. A transição do século XII para o século XIII, marca o início do período romano-gótico, que irá ter grande projecção em Portugal.
Antes do século XIII, a produção de manuscritos era lenta e dispendiosa, sendo a sua circulação muito reduzida, pelo que só nos mosteiros é que existiam condições para a sua produção. No entanto, a escrita constitui ainda uma forma muito rudimentar de transmissão de cultura, adquirindo assim grande importância os jograis, cantores e músicos que nas feiras, cidades e castelos divulgavam o seu reportório musical e literário. Comparando a literatura oral e a escrita, deparamo-nos com inúmeras diferenças, pois os documentos produzidos nos mosteiros destinavam-se à preparação dos clérigos e ao serviço religioso, enquanto que os jograis se dirigiam à camada da população mais desfavorecida, narrando a vida e interesses destes.

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